sábado, 14 de julho de 2012

Never Had A Love - 1º Capítulo.

E finalmente, eu estava indo embora desta prisão, Timberline Knolls, um lugar que eu não pretendo voltar tão cedo. Eu não consigo decifrar exatamente o que estava sentindo no momento, mas uma coisa que sei, é que estava morrendo de medo. E como as pessoas vão me tratar a partir daqui? Como uma louca? Só de ter cogitado essas possibilidades, comecei a tremer e a suar frio. Eu estava nervosa, muito nervosa. Sentei-me naquela estreita cama de solteiro e a explorei com minhas mãos, por um lado, doía ter que me despedir daquele lugar, já tinha me adaptado tanto às pessoas, ao tratamento, a tudo, e agora teria que sair do meu esconderijo, teria que me mostrar ao mundo novamente, aparecer entre as telinhas, como dizia a mãe de Selena. Ah, Mandy, como eu estava com saudades de vê-la, saudades de seus conselhos e principalmente de seus abraços acolhedores. Estava com saudades de tanta gente que até já havia perdido a conta. Em meio meu devaneio, fui desperta pelo meu relógio de pulso que apitava avisando que já eram 11 horas. Droga. Daqui a pouco minha família estaria aqui para me buscar, e tenho que terminar de arrumar minhas trouxas.
Terminei de arrumar minhas coisas e quando estava fechando minha mala, notei a porta se abrir e era ela, tão esbelta, tão minha, tão Dallas. A observei dos pés a cabeça e minha única reação foram levar as mãos até a boca, eu estava tão, tão maravilhada de vê-la. Ela correu até mim com um sorriso no rosto e me abraçou bem apertado, senti tantas saudades dela que nem parecia que eu havia ficado apenas três meses longe dela, e sim, anos! E não só dela, de toda a minha família, que me arrependo tanto de tê-los tratado mal no passado, mas tudo o que quero agora é passar um tempo com eles para me redimir de todos os meus erros.
Partimos o abraço e tanto eu quanto Dallas, não conseguia conter o sorriso.

Dallas – Vamos girl, estão todos lá fora te esperando!
Demi – O que? Todos tipo quem? – A encarei assustada, como assim “todos”?
Dallas – Você vai ver, agora vêm! – Ela disse me puxando pelo braço e me ajudando com uma mala, ok, agora eu estava ficando nervosa, e novamente, tremendo.
Dallas – Que isso Demi? Você está tremendo? – Ela me olhou debochada.
Demi – A... Acho que não estou totalmente preparada para isso.
Dallas – Para de bobagem, é só a sua família Dem! – Ela continuou me puxando.

Fui arrastada até a sala de recepção, onde pude encontrar a Srt. Bette conversando com meus pais junto ao Sr. Louis. Os dois eram os fundadores da Timberline Knolls e antes que reparassem nossa presença ali, falavam sobre como estavam orgulhosos de minhas melhorias. Eu teria ouvido mais coisas se Dallas não resolvesse gritar, assustando todos que ali estavam.

Dallas – CHEGAMOS! – Disse ela sorrindo, que fez com que minha mãe imediatamente se virasse correndo para me abraçar.
Demi – Mãe! – A abracei também, por mais que tenha visto ela e papai no sábado passado, pois eles têm o direito de vir me visitar a cada final de semana.
Eddie – Filha! Sentimos sua falta! – Papai me olhava com os olhos brilhando, parti o abraço entre minha mãe e corri para abraçá-lo também.
Demi – Qual é pai! Você me viu sábado passado seu bobo! – Parti o abraço e o convidei para fazermos nosso famoso comprimento de mãos, eu adoro aquilo!
Eddie – Não falo especialmente de nós... – Ele apontou para o sofá, e dali surgiu a minha pequena Madison, de que mais senti falta. Não consegui conter as lágrimas, apenas me ajoelhei chorando e com as mãos no rosto.
Maddie – Demi, não chora eu estou aqui! – Disse ela ajudando a me recompor, e logo depois, me abraçando.
Demi – Você não faz ideia do quanto senti sua falta pequena! – Disse em tom abafado sobre o ombro dela. – Quer dizer, agora você não é mais a minha pequena, olha só o seu tamanho, como pôde crescer tanto em três meses? – Peguei na mão dela para observá-la.
Maddie – Nada a ver Demi! E da mesma forma, quero que me chame de pequena, eu gosto! – Ela fez aquela cara de decidida, que saudade daquilo.
Demi – Ok, pode deixar! E eu prometo que daqui para frente não vou te deixar nunca mais, certo?
Maddie – Certo!
Dianna – Sinto muito estragar o momento entre irmãs, mas precisamos ir garotas, temos o resto da família para ver hoje! – Queria poder fugir desse encontro, sério.

Despedi-me do pessoal da clínica segurando o choro e agradecendo repetidas vezes por tudo, por terem me acolhido e me ajudado tanto a superar meus problemas, eu realmente não sei o que seria sem eles.
Pegamos o avião para Los Angeles, CA e em menos de 1 hora estávamos em minha casa, quando o motorista estacionou o carro em frente a nossa casa, só consegui sentir minha barriga embrulhando e as mãos frias, estava curiosa para saber quem da minha família estava por minha espera.

Demi – Quem está lá dentro?
Eddie – Ora Demi, ninguém! – Disse enquanto encaixava a chave na fechadura da porta de casa.
Demi – Mamãe disse na clínica que tínhamos alguns familiares para ver hoje. – Eu estava intrigada, eles estavam mentindo? Eddie já havia aberto a porta, e eu fiquei simplesmente encantada quando entrei, senti falta de tudo, do sofá, da tevê, dos quadros, do cheirinho, meu Deus, parece que faz uma eternidade que não vinha naquela casa.
Dianna – Só falei por falar Demi, mas acho que sua avó vem aqui mais tarde!
Demi – Ah ok! – Eu ainda estava admirando cada metro, cada parede daquela casa, quando minha mãe gritou nos meus ouvidos.
Dianna – BRINNA! Preparou o almoço? – Brinna? Mas que Brinna? O... Oh meu Deus, Brinna, oh meu Deus, quanto tempo!
Demi – O QUE? BRINNA? OH MEU DEUS! – Pulei nos braços dela logo que a vi se aproximando da sala.
Brinna – Meu Deus! Que saudades de você srt. Encrenca! – Encrenca era como ela me chamava quando tinha uns 10 anos! Brinna era nossa empregada, ela sempre trabalhou em nossa casa e foi de muita confiança, ainda é, mas há um ano ela pediu demissão por algum motivo, e agora está de volta, que saudades, ela praticamente me criou!
Demi – Achei que nunca mais ia ver você, estou com muitas saudades também!
Brinna – Eu não aguentei ficar longe dessa família, eu amo isso aqui, essa é a verdade! – Ela disse com um brilho nos olhos.
Dianna – Ok, ok, ok! – Mamãe ria de todo o nosso escândalo. – O que temos para o cardápio?
Brinna – Fiz um cardápio simples hoje, mas espero que gostem! Com licença... – Ela disse se retirando, voltando para a cozinha.
Demi – Como é bom estar em casa novamente! – Imediatamente me atirei no sofá.
Dianna – É! Mas agora vamos já comer! – Ela me atacou fazendo cosquinhas em minha barriga, o que me fez quase morrer de rir, literalmente.
Demi – Tá, chega! – Disse em meio de risos ainda, e minha mãe fez questão de dar um tapa em minha bunda. – Hey mãe! Sério! Já deu!
Dianna – Ok mocinha, mas e aí, já decidiu onde vai ficar?
Demi – O quê? – Como assim aonde eu vou ficar?
Dianna – Se vai decidir ficar aqui conosco ou na outra casa, a sua, no caso... – Agora que eu tinha me lembrado de lá, eu morava lá antes, e acho que vou continuar lá, é tão bebê, é tão eu.
Demi – Espero que não se importe mãe, mas gostaria de ficar em minha casa.
Dianna – Tudo bem filha... Mas saiba que se quiser mudar de ideia, tem um quarto sobrando! – Senti a desanimação de minha mãe com a minha escolha.
Eddie – Imaginei que quisesse ficar na sua casa, então deixei suas malas lá. – Entrou Eddie em casa, aparentando estar exausto.
Demi – Oh me desculpe, me esqueci desses detalhes, eu deveria ter ajudado o senhor!
Eddie – Que isso Demi, não precisou!

Passado alguns minutos que conversávamos na sala, Brinna chamou a todos dizendo que o almoço estava servido por mais que aquilo para mim fosse considerado como um café da tarde, pois já eram quase 3 horas da tarde, e na clínica eu costumava almoçar meio dia em ponto.
O almoço foi bem agradável, melhor do que pensava, fiquei feliz por Brinna ter me respeitado quanto ter acabado de sair de uma clínica de reabilitação onde tratei problemas como distúrbio alimentar e ter me servido exatamente como imaginava, pois fiquei receosa quanto ela me servir muita comida, eu ainda não estava preparada para comer muita coisa.
O resto da tarde foi um dos melhores, nunca pensei que fosse tão divertido passar um dia inteiro com a minha família, e espero que seja sempre assim de agora em diante. Resumindo, ficamos todos (Eu, Maddie, Dallas, Dianna e Eddie) assistindo filmes na sala, onde nos cobrimos com cobertores e travesseiro, que resultou numa guerra entre eu e Dallas sobre quem ficaria com Chris Hemsworth, estávamos assistindo Thor.
Passado algum tempo, eram 7 e meia da tarde, já estava escuro na rua e eu e minha mãe arrumávamos minhas coisas em minha casa.

Dianna – Tem certeza que vai ficar bem aqui? – Disse com um ar de preocupação.
Demi – Claro que tenho mãe, sempre morei muito bem aqui!
Dianna – É, mas agora as coisas estão diferentes...
Demi – Mãe! Você sabe que qualquer problema eu vou chamar vocês, que por sinal estão morando aqui pertinho. – Estávamos sentadas em minha cama.
Dianna – Você jura?
Demi – Eu juro! E ainda mais agora, quero passar um tempo pertinho da minha família! – A abracei de lado.
Dianna – Ok! Ah, tenho um presente para você! – Ela disse como se tivesse acabado de lembrar.
Demi – Hmmmm, dona Dianna... – Disse desconfiada, até que ela tirou de dentro do meu roupeiro, um iPhone 4S preto, tão lindo. – Oh, mãe, obrigada, não precisava!
Dianna – Claro que precisava aquele seu Black Berry já está fora de moda! – Ela disse enquanto eu tirava o celular da caixa.
Demi – Obrigado mãe! – A abracei.
Dianna – De nada filha, e agora você vai poder ligar para suas amigas, deve estar com saudade delas!
Demi – OH SELENA, VOU LIGAR AGORA! – Disquei o número de Selena, eu sabia de cor, que saudades que estava dela, a ultima vez que nos falamos foi no segundo dia em que estava na clínica. Minha mãe estava escorada na porta me observando ligar para Selena.

Selena – Alô? Quem fala? – Ouvi uns gritinhos no fundo da conversa.
Demi – OI SELENA É A DEMI! – Falei gritando de tão animada que eu estava.
Selena – Demi? Demi Lovato?
Demi – Isso mesmo! Estou com tantas saudades de vo... – Fui interrompida por alguém que gritava o nome de Selena inúmeras vezes.
Selena – Calma Taylor eu já vou! Enfim, Demi eu não posso falar agora, estou com saudades de você, vou gravar seu número aqui e te ligo amanhã, até! – Ela falou como se eu fosse uma pessoa qualquer, como se fosse um trote, mas não, era eu.

Desliguei o telefone e olhei incrédula para minha mãe.
Dianna – O que houve filha?
Demi – Você acredita que ela estava com a Taylor, falou seca comigo, e disse que não podia conversar. – Eu estava com raiva.
Dianna – Ah, sinto muito filha, com certeza amanhã você consegue falar com ela.
Demi – Eu não sei mais o que eu faço. Acho que perdi a minha Selena para Taylor. – Uma lágrima insistiu em cair.
Dianna – Não chora filha, Selena é uma boa garota, ela não te trocaria por ninguém depois de anos de amizade. – Ela secou minhas lágrimas.
Demi – Obrigada mãe, mas não quero falar sobre isso. – Cossei os olhos, estava cansada. – A vovó não iria vir aqui hoje?
Dianna – O voo foi cancelado devido a chuva que estava em Dallas, mas ela disse que quando conseguir ela vem.
Demi – Ah, tudo bem! – Olhei no relógio e eram 9 e meia da noite, como o tempo passa rápido. – Acho que já vou dormir...
Dianna – Ok vou te deixar sozinha então para matar a saudade daqui. – Ela sorriu e veio até mim, beijando o topo de minha cabeça e me deixando sozinha no quarto.

Vesti um pijama bem confortável, e quando estava prestes a deitar, Maddie entrou em meu quarto para me dar boa noite e quando saiu eu me atirei naquela cama. Eu até já tinha esquecido o quão confortável ela era, fiquei deitada durante um tempo pensando na minha vida de agora em diante, e logo depois, apaguei. (Não esqueça de marcar se você leu este post!)

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